Sinais Sob a Carne

Na pequena cidade de Pedra Branca, esquecida no interior do Brasil, havia uma fazenda abandonada chamada Estância do Céu. Durante décadas, moradores relataram luzes estranhas sobrevoando os campos, animais desaparecendo sem deixar vestígios, e um cheiro metálico no ar após as chuvas. Mas ninguém ousava se aproximar do lugar.

Em uma noite chuvosa, três jovens — Matheus, Lorena e Diego — decidiram invadir a estância para gravar um vídeo e ganhar seguidores. O portão enferrujado se abriu com um grito metálico. O cheiro de ferro oxidado e carne pútrida era quase insuportável. Ao entrarem no antigo celeiro, encontraram símbolos gravados em círculos no chão e uma escada que levava a um porão subterrâneo.

Lá embaixo, o ar estava mais gelado. O chão era coberto por uma substância viscosa e escura. No centro do porão, um altar feito de ossos — humanos e animais — estava iluminado por um brilho esverdeado que não tinha fonte aparente. Quando Lorena tocou o altar, todos ouviram um estalo seco, como carne rasgando. A parede do fundo se abriu lentamente, revelando corpos pendurados por fios metálicos saindo de seus crânios, com as cavidades oculares costuradas com algo que parecia tendões.

Do escuro, surgiram criaturas altas, com olhos negros e pele translúcida que deixava ver a pulsação de seus órgãos internos. Eles não falavam, apenas emitiam um som agudo que fazia os ossos vibrarem. Um por um, os jovens foram imobilizados por uma força invisível. Matheus foi o primeiro: sua pele foi aberta como um zíper e retirada inteira, revelando músculos pulsantes enquanto ele ainda gritava. Lorena teve o cérebro retirado por um corte preciso na nuca, enquanto seus olhos se moviam em desespero. Diego tentou fugir, mas caiu de joelhos ao ver o próprio reflexo nos olhos de uma das criaturas — seu rosto já estava sendo descolado, lentamente, sem dor, só horror.

No dia seguinte, os corpos foram encontrados na beira da estrada, costurados de forma grotesca: os olhos de um dentro da boca de outro, a pele esticada como se fosse um manto e inscrições em uma língua alienígena queimadas em seus ossos.

Desde então, Pedra Branca foi isolada. Sinais de rádio da cidade agora transmitem apenas estática intercalada por vozes que sussurram nomes humanos. A Estância do Céu foi selada com concreto, mas os moradores ainda dizem ouvir batidas vindas debaixo da terra... como se algo estivesse escavando... para sair.

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